segunda-feira, 5 de julho de 2010

O amor

O amor é capaz de ser dos temas sobre o qual mais se escreveu, pensou, cantou, etc. Sou apenas mais um e sem qualquer pretensiosismo de escrever algo inovador e fresco. Apenas o que me ocupa a mente de cada vez que o penso.
De todos os que povoaram este espaço terrestre que ocupamos, sem duvida alguma que a maior referencia de amor será Jesus. Ele define na perfeição o que é amar alguém ou algo.
Mas não é sobre esse amor perfeito que vos quero falar, mas sim do amor que nós, os comuns mortais somos capazes de sentir e de viver.
O nosso egoísmo impede-nos de experenciar em pleno as maravilhas que o amor tem para nos oferecer e torna-nos incapazes de o viver em pleno. Tenho pena que esta sociedade não nos ensine desde pequenos a saber esperar que o amor faça a sua obra. Queremos tudo à nossa maneira para ontem e de cada vez que alguém nos falha, mesmo que se denotem esforços e evoluções, temos tendência a abandonar e seguir um outro caminho.
É certo que não podemos viver amarrados à ilusão de que um amor passado regresse a uma relação já sem vida, mas devemos ter muito cuidado para não vivermos futuras relações com esse peso em cima de nós. Porque no passado já tentamos e não deu certo, não devemos perder a esperança de que quem nos ama pode realmente nos surpreender e crescer ao nosso lado.
A nossa sociedade, que nos impede de nos entregarmos e arriscarmos tudo num verdadeiro amor, é a mesma que faz chegar a nós milhentas histórias de amor. Umas da vida real, outras da literatura ou do cinema, mas todas elas nos fazem sonhar.
Romeu e Julieta, a Cinderela e o príncipe encantado, D. Pedro e D. Inês de Castro, Adão e Eva, Príncipe Ranier do Mónaco e Grace Kelly, Marco António e Cleópatra, Richard Burton e Elizabeth Taylor, os Duques de Windsor, Captain Von Trapp e Fraulein Maria, Pierre e Marie Curie, Ulisses e Penélope, Camões e Dinamene, Maria Callas e a sua paixão por Aristóteles Onassis. Cito apenas estes nomes mas os casos são incontáveis. Todos eles nos fazem sonhar e acreditar que um dia vamos viver um amor assim. Poucos o conseguem viver, menos ainda são os que o conseguem levar a bom porto. E temo que com o rumo que a nossa sociedade leva, cada vez serão menos esses mesmos casos.
Aquele sentimento que faz a paixão se curvar de vergonha, pois apesar de mais intensa e "louca", não tem um décimo da força para fazer um Homem avançar, crescer, lutar, mudar, viver. Nada a ele se compara e é com muita pena que constato que estamos a desistir.
Optamos por ser mais pacatos e serenos. Conseguir uma vida estável no trabalho, na família, na realização de objectivos e pomos de lado o amor pois ele dá muito trabalho, ocupa muito tempo.
É uma aventura que catalogamos como própria da adolescencia ou daqueles bem-aventurados que para ele têm tempo. Deixamos de dar valor à palavra amo-te e ela aparece no nosso vocabulário apenas para acalmar os ânimos de quem nos ama ou para nos apaziguar o espírito.
Na minha experiência posso dizer que o amor me proporcionou das vivências mais felizes de toda a minha existência e me obrigou a olhar bem para o fundo do meu ser. Obrigou-me a reconhecer que tomei opções erradas e que lutei batalhas que não me diziam respeito. Que me cegou a ponto de não ver sequer que a minha luta estava a sufocar o próprio amor.
Afirmo sem a menor duvida o que toda a gente já sabe, mas poucos se empenham em o tornar realidade. Que há experiências que nos marcam para sempre e que a nós apenas nos compete tentar retirar delas o que de melhor elas tiveram.
Aprendi que tenho olhado demasiado para o meu umbigo e que nem me apercebi o quanto isso influenciava outras vidas.

Afirmo também, com toda a certeza, que o amor é o único sentimento que, mesmo mergulhado num mar de impossibilidade, não morre!

4 comentários:

  1. Mas olha meu caro amigo que esse amor de que falas para o ser necessita de se ter banhado no amor de Jesus Cristo falou e viveu.
    Abraça

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  2. Claro que sim! Sem a menor duvida. Pena que tanta gente assim não o faça e confunda tudo.
    Pena porque não chegam a conhecer o verdadeiro amor.

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  3. “O nosso egoísmo impede-nos de experenciar em pleno as maravilhas que o amor tem para nos oferecer e torna-nos incapazes de o viver em pleno.
    (…)
    Queremos tudo à nossa maneira para ontem e de cada vez que alguém nos falha, mesmo que se denotem esforços e evoluções, temos tendência a abandonar e seguir um outro caminho.
    (…)
    Porque no passado já tentamos e não deu certo, não devemos perder a esperança de que quem nos ama pode realmente nos surpreender e crescer ao nosso lado.
    (…)
    Aquele sentimento que faz a paixão se curvar de vergonha, pois apesar de mais intensa e "louca", não tem um décimo da força para fazer um Homem avançar, crescer, lutar, mudar, viver. Nada a ele se compara e é com muita pena que constato que estamos a desistir.
    …o amor pois ele dá muito trabalho, ocupa muito tempo.
    (…)
    Deixamos de dar valor à palavra amo-te e ela aparece no nosso vocabulário apenas para acalmar os ânimos de quem nos ama ou para nos apaziguar o espírito.
    (…)
    Obrigou-me a reconhecer que tomei opções erradas e que lutei batalhas que não me diziam respeito. Que me cegou a ponto de não ver sequer que a minha luta estava a sufocar o próprio amor.
    (…)
    Aprendi que tenho olhado demasiado para o meu umbigo e que nem me apercebi o quanto isso influenciava outras vidas.
    (…)
    Afirmo também, com toda a certeza, que o amor é o único sentimento que, mesmo mergulhado num mar de impossibilidade, não morre!”


    Agora é só substituir a 1ª pessoa do plural pela 1ª do singular e fica perfeito. ;) Assenta-te que nem uma luva... ;)

    Beijo, Pedro...

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  4. É bom saber que tenho em ti uma leitora atenta das minhas palavras!

    Tenho apenas a dizer-te que a nossa vida é uma benção tremenda que nos foi dada e que nos reserva constantemente surpresas. Surpresas essas que são o que a torna tão única e especial.
    Se leste um texto em que falo da morte do "varadas" deves saber que no ultimo ano, ano e meio passei por uma fase de mudança. Mudança essa que não pôde ser feita sem precalços! Mas que é verdadeira!
    Nesse tempo, passei por situações, que não desejo ao meu pior inimigo, uma ou duas das quais tu sabes bem quais são e que de certeza concordas comigo que foi precisa bastante resiliencia para continuar a sorrir.
    Mas essas foram apenas as que partilhei contigo. Existem outras, que são e serão apenas minhas.
    O que escrevo, é sincero e sentido! E como tal, sujeito às derivações e deambulações pelas quais a minha vida passa.
    Eu próprio, não me resigno a ficar imutável. Procuro crescer e uma maior maturidade. Por vezes tenho de admitir que estava errado, outras que apenas abordei a questão da forma menos correcta.
    Mas garanto-te... O saldo tem sido verdadeiramente positivo. Por mais lágrimas que tenha derramado, elas eram necessárias e obrigaram-me a enfrentar certas questões internas que à muito evitava. :)

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