terça-feira, 14 de julho de 2009

Beleza escondida

"Ao receber o carinho de sua mãe sob a forma de uma leve caricia no rosto, o pequeno Bernardo, repeliu-a dizendo...
-Pára com isso mãe, tens umas mãos tão feias!
Ao ouvir estas palavras, a mãe começou a chorar e refugiou-se no seu quarto. Vendo está situação, o pai de bernardo chamou-o, sentou-o no seu colo e num tom triste e melancólico começou a falar-lhe...
- Sabes, quando eras pequenino, a casa onde vivíamos sofreu um grande incêndio. Para te salvar, uma vez que o fogo já tinha chegado ao teu berço, a tua mãe não hesitou um segundo. Mas ficou com as mãos para sempre marcadas e queimadas. É graças a ela, que ainda temos a felicidade e a alegria de te ter entre nós.
Ouvindo estas palavras, o pequeno Bernardo saiu do colo do pai e com as lágrimas a caírem pelo rosto foi bater à porta do quarto de sua mãe. Entrando, deparou-se com a sua mãe, sentada na cama ainda a limpar o rosto e sorrindo para ele. O pequeno Bernardo, sentou-se a seu lado, pegou-lhe nas mãos e beijando-as disse que eram as mãos mais belas e nobres do mundo. E assim ficaram durante quase uma hora, sem mais palavras, apenas se aconchegando um no outro"
Já não me recordo quando ouvi esta história, mas sei que me acompanha até aos dias de hoje.
Cada vez mais julgamos e criticamos os outros, sem parar um segundo para nos perguntar-mos o que originou determinada atitude ou acontecimento. É muito mais fácil assim.
Procurar a origem das coisas, pode levar-nos a mudar de opinião, a moldar os nossos pensamentos, a retirar comentários, a pedir desculpa, a abrir excepções. É mais fácil julgar sem nos preocuparmos em dar aos outros uma oportunidade de se explicarem, sem tentarmos calçar os "sapatos" do próximo. O "se fosse eu...", "se fosse comigo...", "eu não faria assim...", são constantes em quem expressa uma opinião sem procurar conhecer todos os factos. Sabemos as consequências e isso chega-nos para julgar e criticar o próximo. E é muito mais rápido e a nossa decisão torna-se muito mais fácil e acertada.
Mas serão essas as decisões mais acertadas?
Não julgues as atitudes do próximo sem tentar perceber o que o levou a fazer tal gesto e vais ver que acabas por ser muito mais capaz de ajudar e vais magoar muito menos pessoas!

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